“Os Ingleses, que em Portugal haviam descoberto o vinho do Porto, o melhor do Mundo, verificam também o espantoso valor da carne dos bois barrosos. Puseram-se nos portos, com o tilintar das libras a comprá-los. Sobre o Minho correu um caudal de ouro, transformado em cordões e filigranas que compunham o encanto das camponesas” - Prof. Eugénio Castro Caldas (1991)
It was during this period that the "Barrosã" breed reached a strong expansion, boosted by the high value of the castrated and fattened adult cattle, and then, after serving the houses of the little farmers, they were sold on the quay of Porto to be consumed in England under the glorious expression Portuguese Beef - still found today in UK restaurants specializing in meat menus classified as Denomination of Origin Protected (DOP).
RAÇA
Proveniente da região envolvente às serras do Montemuro, Freita, Arada, and Caramulo.
Uma das suas virtudes é a capacidade de se alimentar da vegetação espontânea proveniente das serras, caminhar nos íngremes e pedregosos caminhos rurais, mantendo viva uma agricultura de montanha e contribuindo para a sua sustentabilidade.
São animais de corpulência média, cabeça grossa e curta, com perfil sub-côncavo, pescoço grosso, cernelha larga, membros curtos e grossos, pele grossa e elástica de cor que varia do palha ao cereja, cascos negros e rijos o que lhe permite uma excelente locomoção, mucosas escuras. Exibem um comportamento dócil mas energético.
CARNE
Carne Arouquesa DOP apresenta características singulares com cor variável, entre o rosa claro e o vermelho escuro, dependendo da idade do animal.
Possui uma consistência firme, ligeiramente húmida e com um marmoreado intramuscular característico, o que lhe confere uma suculência única quando confecionada.
RAÇA
Foi a raça Barrosã que deu o nome às terras do Barroso, atingiu no Minho o seu auge, e é nesta região, que ainda hoje se encontra 72% do total do seu efetivo.
De pelagem castanho claro, tendendo em alguns casos para cor de palja ou para o acerejado, a raça Barrosã distingue-se das demais pela armadura considerável, assim como, pelas formas harmoniosas.
Os animais da raça Barrosã, pastoreiam livremente nos baldios e nos lameiros tradicionais, em perfeitas condições de bem-estar animal, usufruindo da pureza natural desses lugares, contribuindo significativamente para a preservação da paisagem montanhosa, para a biodiversidade e para a sustentabilidade da economia rural da região.
CARNE
A Carne Barrosã apresenta uma cor vermelho vivo muito apelativa, tendo ao corte um aspecto ligeiramente húmido e marmoreado. A conjugação das características genéticas associadas a uma criação em regime extensivo e à exclusiva alimentação dos vitelos à base de leite materno, de forragens e de cereais propiciam a precoce infiltração de ácidos gordos saudáveis no interior das fibras musculares, o que lhes confere a suculência, a tenrura e o sabor inconfundíveis, de reconhecido mérito internacional.
Nos Concursos Nacionais de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes Qualificados, foi atribuída à Carne e aos hambúrgueres de Carne Barrosã – DOP a Medalha “O Melhor dos Melhores” em 2012 e as Medalhas de Ouro em 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017.
RAÇA
A Cachena da Peneda, originária do Alto Minho, tem como solar o Parque Nacional da Peneda-Gerês que engloba o prolongamento da cadeia dos montes Cantábricos com as serras da Peneda, Soajo, Amarela e Gerês.
De cor castanho amarelado podendo ter pelos escuros na zona do pescoço, a Cachena da Peneda é a mais pequena raça bovina portuguesa e uma das mais pequenas do mundo. Encontra-se na alta montanha, em cotas elevadas, acima dos 800 metros e que, pelo seu porte e adaptabilidade às condições mais adversas, define o seu próprio solar. Pastoreia em grupo, em áreas amplas e dispersas, vivendo facilmente ao ar livre durante praticamente todo o ano.
Este é o seu habitat, a sua génese, o seu território.
MEAT
Uma alimentação equilibrada, sustentada nos pastos naturais e nos cereais produzidos na exploração, constitui uma das condições para a produção de carne de Cachena DOP.
Esta carne é caracterizada por ser tenra, de cor rosa clara ou pálida e vermelho de claro a escuro. Adicionalmente, apresenta ainda, pouca gordura intramuscular, consistência firme, ligeiramente húmida e muito suculenta.
RAÇA
Entre o Mar e a Ria, a particularidade ecológica do Baixo Vouga, de características únicas, determinaram a origem de um animal robusto : raça Marinhoa. Originária dos concelhos de Aveiro, Ílhavo, Vagos, Ovar, Murtosa e Estarreja, depressa se disseminou para os concelhos limítrofes, tornando-se indispensável na faina agrícola, particularmente na cultura do arroz.
De cor amarela, pendendo, geralmente, para o palha, apresentam uma cabeça comprida, onde sobressaem olhos bem aflorados e pretos. De pescoço curto, apresenta tronco largo e profundo, assim como um peito, inserido em espáduas largas e bem musculadas.
CARNE
A carne apresenta uma cor que varia do rosa pálido ao vermelho escuro, consoante a idade do animal. Na vitela desfrutamos de uma coloração rosa clara, já no vitelão ou novilho, esta varia entre o rosa e o vermelho claro.
É suculenta e tenra, possui um gosto acentuado e uma textura firme, consistência agradável à mastigação e, sobretudo, com aroma e sabor, não demasiado intensos, absolutamente decorrentes do meio ambiente e da alimentação natural pastada livremente.
A Carne Marinhoa DOP foi distinguida com a Medalha de Ouro do Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes Qualificados, na categoria Vitelão.
RAÇA
A Maronesa, com solar nas Serras do Alvão-Marão, é a mais próxima do antepassado Auroque, extinto em 1627, uma das figuras imortalizadas nas gravuras rupestres de Foz Côa.
A raça Maronesa apresenta-se como uma raça de montanha, primitiva, natural e rústica. É definida como uma raça local, uma vez que permaneceu praticamente circunscrita a uma única região; primitiva, já que conserva os principais caracteres do tipo ancestral; natural, pela influência preponderante do meio ambiente na sua evolução; de montanha, devido à sua estatura média, esqueleto leve, unhas duras, movimentos fáceis e temperamento astuto; e rústica, pela sua perfeita adaptação ao meio ambiente.
CARNE
As características da carne Maronesa DOP são, na vitela, a cor rosa, com alguma gordura uniformemente distribuída, no novilho, cor vermelha clara com moderada gordura intramuscular, consistência firme e ligeiramente húmida; e na vaca, com cor vermelha escura, forte gordura intramuscular, consistência firme e húmida.
A suculência é extraordinária e o sabor é excecional, proporcionando sensações olfativas e gustativas ímpares.
RAÇA
A zona tradicional de produção da raça é a meia encosta e várzea do Entre Douro e Minho. No entanto, tem decorrido uma expansão da raça para o interior e sul, estando hoje dispersa por todo o Noroeste do país.
Dispõe de pele espessa, pouco elástica, coberta de pelos lisos, curtos, espessos e mais ou menos ásperos, em função da época do ano e do próprio sistema de exploração.
A pelagem assume-se desde o vermelho claro até ao palha, sendo a cor “FLAVO” a definida como padrão da raça. Em termos comportamentais, são animais de temperamento dócil e fácil maneio.
CARNE
Única Raça Autóctone portuguesa com tripla aptidão: carne, leite e trabalho, predominando atualmente a vertente de produção de carne.
As características genéticas da raça, aliadas a um sistema de produção extensivo, ao clima e ao solo da região, concedem propriedades organoléticas à carne Minhota certificada, sobressaindo-se os tons rosa pálidos, acompanhada pela elevada tenrura e suculência.
RAÇA
O nome de Raça Bovina Mirandesa provém da toponímia de Miranda do Douro ou Terras de Miranda, correspondendo a pouco mais que o concelho de Miranda do Douro.
Daí irradiou para os concelhos limítrofes. Integram assim o solar da raça os concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e Vinhais.
A sua rusticidade, conjuntamente com excecional capacidade de tração para produção de trabalho e aptidão para produção de carne em quantidade e qualidade, fizeram com que a sua dispersão abrangesse o território nacional quase na sua totalidade. Com isto, a raça bovina mirandesa tornou-se em meados do século XX a população de bovinos com maior importância a nível nacional.
CARNE
A “Carne Mirandesa” é o expoente máximo da produção da Raça Bovina Mirandesa, que em harmonia com as condições do solo e do clima, aliado ao “saber fazer” de quem a produz, resulta num produto de referência nacional e internacional. Trata-se de uma carne de gordura uniformemente distribuída e de cor rosa clara a vermelha a vermelha clara.
Destaca-se, a excecional tenrura e suculência, aromas e sabores diferenciadores.
A “Carne Mirandesa” deu origem a um prato que é um dos ex-líbris da gastronomia portuguesa, em particular da transmontana, a famosa “Posta Mirandesa”.